domingo, 28 de fevereiro de 2010

A figura do Santo Condestável em «Os Lusíadas»

Professor de literatura fala sobre Nuno Álvares Pereira na obra de Camões

Por Alexandre Ribeiro

SÃO PAULO, segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- No dia 3 de julho do ano passado, Bento XVI autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar os decretos que reconhecem um milagre e as virtudes heróicas do beato português Nuno Álvares Pereira.

Com isso, abriram-se as portas à canonização do leigo, general e depois professo na Ordem do Carmo, que viveu de 1360 a 1431, e foi beatificado pelo Papa Bento XV em 1918.

Nuno Álvares Pereira, também conhecido como Santo Condestável ou Beato Nuno de Santa Maria, foi o general da célebre Batalha de Aljubarrota, retratada por Camões em Os Lusíadas.

Sobre a figura do Condestável em Os Lusíadas, Zenit conversou com o
Prof. Dr. Márcio Ricardo Coelho Muniz, Professor Adjunto de Literatura Portuguesa da Universidade Federal da Bahia - UFBA.


–Como D. Nuno Álvares Pereira é retratado em Os Lusíadas?

–Prof. Márcio Muniz: Nuno Álvares Pereira recebe por parte de Camões a consideração dada aos grandes heróis da pátria. Na condição de artífice da vitória na Batalha de Aljubarrota, que impediu a dominação castelhana durante a crise de 1383-1385, o Condestável terá um espaço, em termos de quantidade de estâncias ou oitavas do poema, que poucas personagens terão. Além disso, o poeta concede-lhe a voz narrativa num discurso feito durante a reunião do Conselho Real, em Abrantes, para decidir sobre a batalha, cuja força retórica só se assemelha à fala de outras importantes personagens do poema, como o Velho do Restelo, Inês de Castro e o Gigante Adamastor.

Os adjetivos com que o poeta qualificará a pessoa e as ações do herói também são representativos da deferência que lhe tem Camões. Nuno Álvares Pereira é forte, feroz, leal, verdadeiro, grande, valoroso, entre outros adjetivos que lhes ressaltam as qualidades físicas, morais e éticas. Ou seja, toda a descrição busca qualificá-lo como figura central e responsável não só pela vitória na Batalha de Aljubarrota, mas também pela construção e afirmação da liberdade do reino, governado por um novo rei, alçado ao trono por uma nova dinastia, a de Avis.

–Qual é o papel do Condestável na Batalha de Aljubarrota?

–Prof. Márcio Muniz: O Condestável é o General da Batalha. É ele, inclusive, que força o enfrentamento das hostes castelhanas, infinitamente superiores às portuguesas. Isto fica claríssimo no relato que o poema faz da reunião do Conselho de Abrantes, em sua grande parte, apoiado na Crônica de D. João I, de Fernão Lopes. Neste Conselho, D. João I buscou ouvir as diversas opiniões dos maiores do reino para decidir se enfrentava ou não o enorme exército castelhano.

Devido à superioridade das forças de Castela, a maioria dos conselheiros do monarca português sugeria uma intervenção militar pelo sul, entrando por Badajoz, de modo a obrigar as forças castelhanas a deslocarem-se para o sul, e, do mesmo modo, criando tempo para a negociação diplomática pela paz. Camões descreve esses conselheiros como "covardes", "desleais", e opõe às suas opiniões o longo e forte discurso de Nuno Álvares Pereira pelo enfrentamento imediato.

Decida a batalha, é o Condestável que organiza o combate, a estratégia da guerra, o posicionamento das diversas colunas de ataque e defesa, e é ele também, junto com seus homens, que toma a frente da batalha, enquanto D. João I permanece na retaguarda. Como se vê, a papel do Condestável na Batalha de Aljubarrota é central, tanto em Os Lusíadas, como nas crônicas que tratarão da batalha.

http://www.zenit.org/article-20700?l=portuguese

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Filatelia: D. Nuno Álvares Pereira

5º Centenário da morte de D. Nuno Álvares Pereira Por João Paulo Mesquita Simões


Foi, sem dúvida, uma figura importantíssima da nossa História. Nasceu provavelmente em 1360, tendo sido legitimado pouco tempo depois pelo rei D. Pedro I. Aos 13 anos, entrou para a corte de D. Fernando, como escudeiro da rainha, e tinha 16 anos quando casou com a jovem viúva D. Leonor Alvim, passando a morar em Cabeceiras de Basto. Enviuvou em 1387, não voltando mais a casar.
Nuno Álvares Pereira teve um papel decisivo após a morte do conde Andeiro, alinhando de imediato ao lado do Mestre de Avis. Conseguirá assim uma ascensão notória e social. Com boas qualidades militares do ponto de vista estratégico como da coragem individual e da capacidade de condução de homens, lutou em várias escaramuças em Lisboa estendendo-se para o Alentejo, tendo sido a sua primeira intervenção significativa na batalha dos Atoleiros.
Ao longo da sua carreira, recebeu vários títulos e honras.
Herói tipicamente medieval, conciliou o espírito guerreiro com os mais exaltados sentimentos religiosos, com a construção da Capela de S. Jorge em Aljubarrota, algumas igrejas no Alentejo e o Convento do Carmo em Lisboa.

(Baseado na “Nova Enciclopédia Larouse” do Círculo de Leitores, nº 18)

Esta emissão de 1931, tem desenho e gravura de Arnaldo Lourenço Fragoso inspirado no retrato de Nuno Alvares segundo a “Chronica do Condestabre”, Lisboa 1526, em gravura de madeira de autor desconhecido. A Casa da Moeda fez a impressão tipográfica sobre papel liso, e rugoso, em folhas de 100 selos com denteado 11,5 e pondo a taxa em segunda impressão.
Foram emitidos 1.500.000 selos de $15 preto, 1.500.000 selos de $25 verde, 4.000.000 de selos de $40 laranja, 250.000 selos de $75 carmim, 500.000 selos de 1$25 azul e azul claro, e 250.000 selos de 4$50 castanho e verde claro. Circularam de 1 de Novembro a 31 de Dezembro, mantendo-se a sua venda para fins filatélicos, até 29 de Fevereiro de 1932.Para que se aproveitassem as enormes sobras de selos desta emissão, decretou o Governo, através da Portaria de 27 de Julho de 1933 que os selos do 5° centenário da morte de D. Nuno Alvares Pereira fossem sobretaxados com as taxas mais necessárias. A sobretaxa a preto foi tipografada na Casa da Moeda. Foram postos em circulação 1.145.500 selos de $15 s/40 laranja, 516.300 selos de $40 s/ 15 preto, 894.600 selos de $40 s/ 25 verde, 151.200 selos de $40 s/75 carmim, 245.600 selos de $40 s/ 1$25 azul e azul claro, e 159.500 selos de $40 s/ 4$50 castanho e verde-claro. Foram retirados de circulação em 1 de Outubro de 1945.

(In: Carlos Kulber Selos de Portugal - Álbum II (1910 / 1953)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Vida do Santo Condestavel

«Nesta longa e difícil guerra pela independência da terra portuguesa, ao lado do Rei, a acompanhá-lo incansavelmente, vemos a pessoa do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Filho bastardo do Prior do Hospital, D. Fr. Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo, este, também, de D. Gonçalo Pereira, que foi, mais tarde, Arcebispo de Braga, e de Iria Gonçalves, Nuno Álvares, o Condestável do Rei de Portugal D. João I, nasceu a 24 de Junho de 1360, em Sernache do Bonjardim. É, talvez, a figura mais representativa, a figura mais exemplarmente típica do povo português, enquanto ideologias intrusas o não abastardaram e corromperam.
Ele trouxe sempre fundidos no seu coração o amor de Deus e o amor da Pátria. Foi Monge e foi Soldado; e foi Santo e foi Herói. Teve o duplo mistiscismo — o do Céu, e o da sua terra. Na hora mais aguda das batalhas, esquecido de tudo, ajoelhava e rezava. E, como os maiores místicos, possuía o sentido rectilíneo do equilíbrio e das realidades. Era um espírito positivo de patriota, animado pela fé mais viva da crença mais alta.
Sabia querer: e a sua vontade não conhecia, quando livre, embaraços. Sabia obedecer: e a sua obediência, na hora própria, não suportava reservas.
Nuno Álvares é a encarnação suprema da Pátria portuguesa: está nos altares, porque a Igreja o reconheceu merecedor de culto; e está nos corações dos portugueses fiéis que vêem nele o símbolo do seu amor pátrio.
Sem a sua espada vigorosa e sã, Portugal teria caído possivelmente na órbita de Castela, e tudo quanto fez em prol da Civilização andaria hoje escrito em língua estranha.
Riquíssimo de tudo — de honras, de bens e de glória, tudo trocou pelo hábito rude e áspero da estamenha de carmelita, quando viu que a sua Pátria já não precisava de que pusesse por ela «seu corpo em grandes aventuras», como dissera o Rei, no diploma em que lhe conferia o título de Conde de Barcelos.
O Convento do Carmo começou a edificá-lo, em Lisboa, em 1389. Lentamente, as obras prosseguiam. Os primeiros monges entrariam em 1397 — só portugueses. Nuno Álvares queria habitá-lo. Um elo ainda o prendia à vida: a filha. Mas esta, talvez em 1415, morre em Chaves. Dispõe-se a entrar no Carmo. Mas o Rei chama-o para Ceuta. E Nuno Álvares obedece.
No regresso, liberto já de quaisquer peias, o seu sonho corporiza-se. E em 15 de Agosto de 1423, a porta do convento fecha-se sobre a sua sombra: é Fr. Nuno de Santa Maria!»
Alfredo Pimenta In «Elementos de História de Portugal», E.N.P., Lisboa, 1935, págs. 112/115.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

D.Nuno Álvares Pereira

Filho ilegítimo de D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior do Hospital. Veio para a corte aos 13 anos, e é armado cavaleiro por D. Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo. Adere à causa do Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre-Tejo-e-Odiana. Foi depois condestável do reino e mordomo-mor. Recebeu de D. João I os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos. Professou em1423 na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa, onde morreu, já com fama de santo. Desde o século XV que é objecto de culto, o que foi reconhecido pelo Papa, em 1918. É chamado Santo pelos Portugueses e pelos Carmelitas, e Beato pela restante Igreja".

http://www.caestamosnos.org/Pesquisas_Carlos_Leite_Ribeiro/Nuno_Alvares_Pereira.html

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Monumento a D. Nuno Álvares Pereira - Aljubarrota (Portugal)


Nuno Álvares Pereira (O. Carm.), também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun'Álvares (Cernache do Bonjardim, 24 de Junho 1360 – 1 de Novembro 1431) foi um general português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º conde de Arraiolos, 7.º conde de Barcelos e 3.º conde de Ourém.

Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas».
Nuno Álvares Pereira nasceu em Cernache do Bonjardim, concelho do Sertã. É um dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal (Alentejo).

Casou com Leonor de Alvim a 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.

Quando o rei Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa Beatriz casada com o rei João I de Castela, Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de Pedro I de Portugal, João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. Depois da primeira vitória de Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, João de Avis nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

A 6 de Abril de 1385, João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. João de Castela invade Portugal com vista a proteger os interesses de sua mulher Beatriz. Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.

A 14 de Agosto, Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30 000 tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de João de Castela, dedicou-se a realizar raides contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Os ventos da História jamais poderão apagar em nós a memória do Santo Condestável. Se aqueles estão sujeitos aos desgastes próprios do tempo, já a nossa memória, se animada pela Fé e seus valores, não poderá deixar que caiam no esquecimento os ilustres portugueses do passado. A actualidade de Nuno Álvares, Beato Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável, impõe-se com toda a veemência. Homem do século, interveniente na História, comprometido com as grandes causas da Nação que perigava e, ao mesmo tempo, Homem de Deus, consagrado segundo o carisma do Carmelo. Expresso o meu fundo desejo de que este texto contribua, sem demora, para a restituição de Nuno Álvares primeiro aos altares dos nossos corações e aos preitos de uma ternura e veneração bem arreigados, e, depois, na disseminação e multiplicação da sua figura de Herói e Santo por todos os lares e templos, por todas as praças e ruas, por todos os tempos e lugares, a fim de que a repetição nos conduza a Ele; para que Ele nos restitua a nós próprios, tão divorciados que andamos por vezes do sentido nacional e religioso. É fundamental que cresça a devoção ao Santo Condestável. Para nós cristãos, ele é testemunho de virtudes e inspirador de santidade, numa época em que Bento XVI tanto sublinha o ideal da santidade. Sigamos, deste modo, os passos desta magnânima figura.

O processo de elevação de Nun’Álvares Pereira aos altares encontrou inúmeras dificuldades no trânsito do tempo. Nascido em 1360, na adolescência sonhava ser um novo “Galaaz”, influenciado pelas novelas de cavalaria, que muito gostava de ler. A crise dinástica de 1383-1385 dá-lhe oportunidade de provar que ser Galaaz era, muito mais do que sonho, uma realidade. Sê-lo-ia, antes de mais, em nome da Pátria, na qualidade de Condestável do Reino, em defesa da independência nacional e da unidade católica da Igreja. Naquele tempo, Castela aceitara obedecer ao anti-Papa de Avinhão (Clemente VII), pelo que a entrega da coroa portuguesa a D. João de Castela poria o Reino em situação de cisma e infidelidade a Roma. O triunvirato (D. João Mestre de Aviz, o Condestável Álvares Pereira, o jurista Dr. João das Regras) lutava em duas frentes: a independência nacional e a lealdade à Igreja Universal. Não fora a luta por esta lealdade, e Roma teria certa dificuldade em reconhecer o primado da soberania portuguesa face a Castela.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

«A figura de Nuno Álvares Pereira é hoje tão actual como em 1385. Tendo vivido num momento em que o seu País atravessava um período de grandes dificuldades políticas e económicas, não desanimou. Soube lutar e contribuir para que Portugal e o povo portuguêspudessem ter um futuro melhor. Actuou com inteligência, eficácia e determinação, mas fê-lo demonstrando sempre um grande amor pelo seu próximo. Esta sua última característica, permitiu que tivesse sido reconhecido como santo, em Abril de 2009.
A sua força interior emanava essencialmente de dois grandes valores: Um grande amor por Portugal e pelo povo português, que serviu, sem reservas, enquanto a situação o exigiu. Mas também uma grande fé em Deus e devoção a Nossa Senhora, cujas imagens sempre transportou no seu estandarte. Ao descrever, de forma muito interessante e instrutiva, o comportamento dos líderes portugueses e do povo português, no período de 1383 a 1431, a Isabel Ricardo chama a atenção para a dupla responsabilidade que todos nós temos. Com efeito, os caminhos que escolhemos e as opções que tomamos, afectam não apenas as nossas próprias vidas, mas reflectem-se também no desenvolvimento e no futuro de Portugal.»

D. Nuno Alvares Pereira


Sinopse:
Foi graças à vontade política de Nuno Álvares Pereira, ao seu génio militar e à sua integridade que os portugueses, na grande crise do século XIV, conseguiram derrotar as forças de D. João de Castela. E foi ele quem guardou a nação independente, preparando-a para o novo tempo português de navegação e expansão além-mar. Mas o que sabemos desta grande figura da nossa História que nas últimas décadas caiu no esquecimento? Quase 600 anos após a sua morte, a canonização solene em Roma do Santo Condestável de Portugal não deixou de causar espanto e de levantar velhas questões. Pode um chefe de guerra chegar aos altares? Pode um santo ser guerreiro e um guerreiro ser santo? Nuno Álvares Pereira mostra-nos que sim. E não por um qualquer arrependimento tardio, por uma troca aparentemente súbita e em fim de vida da cota de malha pelo hábito de monge: entre as intrigas da corrupta corte fernandina e o poder e a glória da Casa de Avis, nas horas difíceis da revolução de Lisboa e nas batalhas de Aljubarrota, Atoleiros e Valverde que marcaram a Guerra da Independência, S. Nuno de Santa Maria sempre procurou ser, no espírito e na letra, o cavaleiro perfeito, indo contra muito daquilo que, na guerra e na paz, era regra no tempo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Nuno Álvares Pereira canonizado a 26 de Abril 2009

O Beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira, 1360-1431) foi beatificado em 1918 por Bento XV e, nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, a 06 de Novembro.

O processo de canonização foi reaberto a 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, em sessão solene presidida por D. José Policarpo.

Uma cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo, por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.

O cardeal Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, conduziu no Vaticano o processo de canonização.
Segundo D. José Saraiva Martins, a idosa sofria de "uma úlcera na córnea, uma coisa gravíssima".

"E os médicos, realmente, chegaram à conclusão que aquilo [a cura] não tinha explicação científica", frisou, em declarações recentes à Lusa, explicando que o processo de canonização de D. Nuno Álvares Pereira chegou ao fim "em três meses", entre Abril e Julho de 2008.

Em Abril, "o milagre atribuído à intervenção do beato Nuno foi examinado pelos médicos [do Vaticano]" e, em Maio, pelos teólogos, "no sentido de saber se tinha sido efeito da oração feita pela doente, pedindo-lhe a sua cura".

Os cardeais da Congregação das Causas dos Santos viriam a aprovar as conclusões, "tanto dos médicos como dos teólogos, e, em Julho, a documentação resultante foi presente ao Papa Bento XVI por D. José Saraiva Martins.

Em Novembro, em Fátima, os bispos católicos portugueses tornaram público o desejo de Bento XVI se deslocar a Portugal em 2009, fazendo conciliar essa viagem com a canonização de Nuno de Santa Maria.



CONDESTÁVEL DE PORTUGAL!



Filme sobre quem foi o Condestável de Portugal, canonizado em Roma a 26 de Abril de 2009.

D. Nuno Álvares Pereira



[BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL - NUNO ÁLVARES PEREIRA]

[Nuno Álvares Pereira] [Visual ], [16--?]. - 1 pintura : óleo sobre madeira, color. ; 71,5x58 cm. - (Colecção de Pintura da BNP). - Provável autor português. - Data interrogada, atribuída segundo características formais. - Dim. com moldura: 87,5x58 cm. - Apresenta vestígios de fogo. - E. Soares não refere. - Henrique de Campos Ferreira Lima - Catálogo da exposição bíblio-iconográfica..., Lisboa, 1932, p. 37, n.º 352 (sem atribuição de data). - Gabriel Pereira - Notícia dos retratos em tela, [1899?], não refere. - José Barbosa Canais de F. Castelo Branco - Estudos biográphicos ou notícia das pessoas retratadas nos quadros historicos ..., 1854, , p. 308. - Retrato a meio corpo, com hábito, a três quartos à dir.ta . - Possivelmente proveniente de espólio conventual (1834), embora não conste do enlenco do património da BNP por Gabriel Pereira (1899?) e, portanto, as ref. biográficas de J. Castelo Branco (1854) não sejam referentes a este quadro.

http://purl.pt/14421/2/